Mulher queimada viva pelo ex falece após 13 dias internada
Jéssica Novais de Jesus, de 33 anos, faleceu no último domingo (9), no Hospital Geral do Estado, em Salvador, após lutar por 13 dias contra ferimentos graves. Ela foi vítima de um ataque brutal em Eunápolis, no qual teve mais de 20% do corpo queimado pelo ex-companheiro, Acenildo Gonçalves de Oliveira, de 41 anos, que permanece foragido.
O crime aconteceu em 27 de janeiro, após uma discussão entre o casal. Testemunhas relataram que Acenildo jogou gasolina em Jéssica e ateou fogo, fugindo em seguida. Mesmo gravemente ferida, Jéssica conseguiu caminhar até o Hospital Regional, onde recebeu atendimento inicial antes de ser transferida para Salvador devido à gravidade das queimaduras.
O caso está sendo investigado como feminicídio, com agravante de meio cruel. A delegada responsável solicitou a prisão preventiva de Acenildo, mas a medida ainda não foi decretada pela Justiça. Enquanto isso, as buscas pelo suspeito continuam.
O corpo de Jéssica chegou a Eunápolis na madrugada desta segunda-feira (10) e está sendo velado na casa de sua avó, no bairro Rosa Neto. Trabalhadora de uma lavanderia, onde atuava como passadeira, ela deixa três filhos menores, que agora serão cuidados por familiares.
Acenildo Gonçalves possui um histórico criminal extenso, incluindo furtos, tráfico de drogas e porte ilegal de armas, com passagens por cidades como Teixeira de Freitas, Itamaraju, Eunápolis e Porto Seguro. Apesar das acusações anteriores, ele estava em liberdade.
O caso reforça o alerta sobre a crescente violência contra a mulher no Brasil. Feminicídios, crimes cometidos por motivação de gênero, continuam em alta, muitas vezes com vítimas que já haviam relatado ameaças ou agressões anteriores. A reincidência de agressores como Acenildo evidencia a necessidade de ações mais rigorosas para proteger mulheres em situação de risco e prevenir tragédias.
Além disso, a dificuldade em localizar criminosos foragidos e a sensação de impunidade destacam a urgência de políticas públicas mais eficazes no enfrentamento da violência doméstica. Apesar de avanços com leis como a Maria da Penha e a tipificação do feminicídio, o Brasil ainda enfrenta grandes desafios na proteção às vítimas e na punição dos agressores.
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