Caso Sophie: Menina recebe alta após acidente doméstico e falece dias depois em meio a forte sofrimento
A vulnerabilidade da infância, frequentemente exposta a perigos inesperados dentro do próprio lar, torna-se ainda mais dolorosa quando se soma à sensação de abandono por parte das instituições responsáveis por proteger a vida.
Em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, a morte trágica da pequena Sophie Emanuelle Viana, de apenas cinco anos, gerou comoção e revolta entre familiares e amigos. A menina faleceu no dia 29 de maio, após complicações decorrentes de um acidente doméstico.
Dias antes, enquanto brincava com uma amiga, Sophie foi atingida na cabeça por um portão que se desprendeu dos trilhos. Levada à Unidade de Pronto Atendimento mais próxima, ela recebeu cinco pontos na cabeça e, devido a uma condição cardíaca preexistente, foi transferida para a Santa Casa da capital.
Apesar do risco potencial envolvido, a criança foi liberada na mesma noite. O hospital baseou a decisão em um exame de raio-X, alegando ausência de sinais de lesões graves.
No entanto, a alta médica se mostrou precipitada. Em casa, Sophie passou a apresentar sintomas preocupantes: febre alta, vômitos e dores intensas. No dia seguinte, a família retornou ao hospital, onde a situação se agravou progressivamente.
Segundo relatos dos pais, mesmo diante do agravamento do quadro clínico, exames mais detalhados, como ressonância magnética, não foram solicitados com urgência. Apenas na quinta-feira, quando Sophie já não conseguia mais falar e apresentava o rosto inchado, ela foi levada novamente à emergência.
Uma tomografia revelou a gravidade do caso: havia sangue no crânio e uma fissura. Apesar da tentativa de cirurgia, o estado da menina era crítico. Sophie sofreu duas paradas cardíacas e não resistiu.
A família acusa a Santa Casa de omissão e negligência, afirmando que a condição cardíaca da criança não foi levada em conta no manejo clínico. Um boletim de ocorrência foi registrado, apontando omissão de socorro e falha no atendimento médico.
A morte de Sophie acende um alerta sobre a necessidade de avaliações mais criteriosas em casos de trauma craniano, especialmente em pacientes com comorbidades. O caso também reforça a urgência na revisão dos protocolos de alta hospitalar, que podem ser determinantes entre a vida e a morte. As investigações seguem em andamento.
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