Antes de jogar a filha e saltar do 10º andar de hotel, mulher enviou mensagem para mãe: ‘Dizendo que…’
Nas grandes cidades, episódios relacionados ao sofrimento emocional têm chamado cada vez mais atenção de especialistas e autoridades. Eles alertam para o avanço significativo dos transtornos mentais entre adultos jovens nos últimos anos.
Muitas famílias relatam dificuldade em identificar sinais profundos de adoecimento, já que comportamentos aparentemente tranquilos podem esconder uma rotina marcada por fragilidade psicológica.
Dentro desse cenário, uma ocorrência registrada no Centro de Belo Horizonte reacendeu debates sobre cuidado, apoio familiar e a importância da continuidade no tratamento da saúde mental. Na segunda-feira (1º), Ester Coelho Linhares Cirade, de 32 anos, e a filha de 6 anos perderam a vida após um episódio ocorrido no 10º andar de um hotel da região central.
A filha mais velha, de 13 anos, estava no local, presenciou parte da situação e correu para pedir ajuda. Ela foi acolhida pela avó. Em relato divulgado nesta terça-feira (2), a mãe de Ester explicou que recebeu, momentos antes, uma mensagem de despedida da filha, expressando amor.
“Eu amo minha filha. Eu amo, amo, amo. Não tem como não perdoar. Eu espero que Deus também tenha perdoado. Ela mandou um recado dizendo que me amava”, afirmou a mãe.
A avó destacou que a família sempre manteve vínculos próximos e que nunca houve rompimento afetivo. Ela contou ainda que a neta mais velha segue sob seus cuidados e apresenta necessidade de acompanhamento psicológico para lidar com o impacto emocional.
Segundo a mãe de Ester, o quadro depressivo teve início há cerca de cinco anos, após um acontecimento que considerou profundamente injusto, mas sobre o qual preferiu não dar detalhes. Desde então, a filha passou por episódios de instabilidade, inclusive em locais públicos, e foi posteriormente diagnosticada por profissionais de saúde.
Ester realizava tratamento medicamentoso, mas interrompeu por conta própria há cerca de um ano, o que, segundo a família, contribuiu para o agravamento dos sintomas.
Apesar das dificuldades emocionais, ela aparentava estar bem durante as visitas familiares, demonstrando alegria e tentando manter uma rotina funcional. A avó também comentou que os relacionamentos amorosos da filha eram marcados por idas e vindas, embora não veja neles um fator determinante para o desfecho.
Para ela, o acompanhamento profissional será essencial para que a neta consiga recuperar sua estabilidade emocional. O caso reforça a necessidade de reconhecer sinais de sofrimento, evitar a interrupção de tratamentos e buscar ajuda especializada sempre que houver indícios de desequilíbrio psicológico.
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