Falece o Papa Francisco, símbolo de humildade e defensor dos mais necessitados

Líder da Igreja Católica por 12 anos, Francisco deixa uma trajetória marcada por grandes transformações, diálogo entre culturas e religiões e um forte compromisso com os mais vulneráveis. Sua vida foi guiada pela simplicidade, dedicação e proximidade com o povo.

Nascido em 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, Argentina, Bergoglio foi o primeiro papa latino-americano e também o primeiro jesuíta a assumir o papado.

Filho de imigrantes italianos, cresceu em uma família de classe média. Seu pai, Mario José Bergoglio, era ferroviário, e sua mãe, Regina María Sívori, cuidava do lar. Ainda jovem, demonstrou vocação para a vida religiosa e o serviço comunitário. Antes de entrar para o seminário, estudou química e trabalhou em um laboratório.

Na juventude, enfrentou um grave problema de saúde que resultou na remoção parcial de um pulmão. Mesmo assim, seguiu firme em sua fé e vocação. Ingressou na Companhia de Jesus em 1958, uma ordem conhecida por seu rigor acadêmico e atuação social. Estudou filosofia e teologia, sendo ordenado padre em 1969. Atuou como professor e, em 1973, assumiu o cargo de Provincial dos Jesuítas na Argentina durante a ditadura militar, enfrentando dilemas e desafios ligados à perseguição religiosa e aos direitos humanos.

Sua influência cresceu dentro da Igreja, levando-o a ser nomeado bispo auxiliar de Buenos Aires em 1992, arcebispo em 1998 e, em 2001, cardeal, por nomeação do Papa João Paulo II.

Conhecido por seu estilo de vida simples, Bergoglio dispensava luxos, preferia morar em um apartamento modesto e usava transporte público. Seu trabalho pastoral era pautado pela proximidade com os pobres e pelas ações sociais.

Em 13 de março de 2013, após a renúncia de Bento XVI, foi eleito o 266º Papa da Igreja Católica, adotando o nome Francisco em homenagem a São Francisco de Assis, símbolo de humildade e cuidado com os pobres.

Desde o início de seu pontificado, destacou-se por uma postura reformista. Promoveu mudanças administrativas no Vaticano, incentivou o diálogo com outras religiões e reforçou o papel da misericórdia na Igreja. Também enfrentou temas sensíveis, como a crise migratória, a desigualdade social e a preservação ambiental — esta última tema central da encíclica Laudato Si, publicada em 2015.

Além disso, empenhou-se em aproximar a Igreja das novas gerações e em combater problemas internos, como escândalos de abuso e corrupção.

O legado de Papa Francisco marca uma nova era para a Igreja Católica: mais acessível, inclusiva e voltada à promoção da paz, da solidariedade e da compaixão.