Pai de Ingrid Vitória faz desabafo emocionante sobre o sequestrador: ‘Era coisa’

Um crime que abalou o Sertão de Pernambuco teve um desfecho trágico com a morte de uma adolescente de 13 anos, vítima de sequestro, e do principal suspeito, que era vizinho e colega de trabalho do pai da menina.

O caso ocorreu na zona rural de Santa Maria da Boa Vista e comoveu profundamente a comunidade local, especialmente pela relação de confiança que existia entre a família da vítima e o autor do crime.

Jocelmo Caldas da Silva, de 36 anos, mantinha uma amizade de longa data com Cícero Cipriano da Silva, pai de Ingrid Vitória, e trabalhava com ele há cerca de oito anos. Os dois eram vizinhos desde a infância, na cidade de Juazeiro, na Bahia.

Ingrid foi sequestrada na manhã da última terça-feira, enquanto retornava para casa acompanhada da mãe e do irmão de quatro anos. A família havia aceitado uma carona oferecida por Jocelmo, um gesto que parecia rotineiro devido à convivência de longa data.

Durante o trajeto, o suspeito agrediu e amarrou a mãe da adolescente, levando a menina no porta-malas do veículo. O pai da jovem participou ativamente das buscas pela caatinga, alimentando a esperança de reencontrá-la com vida, mas os esforços foram em vão.

O corpo de Ingrid foi localizado em uma área de mata fechada, a cerca de sete quilômetros do ponto de apoio das forças de segurança, nas proximidades da fazenda Jequi.

A dificuldade de acesso ao local comprometeu os trabalhos de busca e resgate. A adolescente apresentava ferimentos na cabeça e, segundo a análise inicial do Instituto Médico Legal de Petrolina, uma pedra encontrada ao lado do corpo levanta a suspeita de que tenha sido assassinada a pedradas.

A causa oficial da morte ainda não foi divulgada. O desfecho do caso ocorreu no sábado, quando o suspeito foi localizado às margens do rio São Francisco. De acordo com a polícia, Jocelmo estava armado e reagiu à abordagem, sendo atingido em uma troca de tiros.

Apesar de ter sido socorrido ao hospital local, ele não resistiu aos ferimentos. A Polícia Civil segue investigando o caso para determinar a motivação do crime e verificar se houve a participação de outras pessoas.

Durante o velório de Ingrid, realizado no distrito de Caraíbas, a dor da perda foi intensificada pela traição de alguém que era considerado parte da família. O pai, visivelmente abalado, expressou sua incredulidade diante da ação de um amigo de infância, com quem compartilhava laços de confiança.

“Meu próprio amigo, o que foi que ele fez comigo? Hoje estou velando a minha filha, triste, sofrendo. Era coisa que a gente não esperava. Total confiança que a gente dava a ele, ele fazia isso com a gente. Estou sem chão. Sem chão”, disse Cícero, completamente desolado.

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Descrita como uma menina carinhosa, bem relacionada com os colegas da escola e muito apegada à mãe, Ingrid deixou uma lacuna irreparável na vida de seus entes queridos.

A brutalidade do crime reforça a vulnerabilidade que pode existir mesmo nos laços mais próximos e levanta questionamentos sobre sinais de alerta que muitas vezes passam despercebidos.

Em meio ao luto, familiares e moradores clamam por justiça e por medidas que reforcem a segurança de crianças e adolescentes em contextos familiares e comunitários. O caso, ainda sob investigação, permanece cercado de mistérios quanto aos motivos que levaram Jocelmo a cometer tamanha atrocidade.

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